12/07/2010

A sensibilidade de amar



Encontro de dois.
Olho no olho.
Cara a cara.
E quando estiveres perto
eu arrancarei
os seus olhos
e os colocarei no lugar dos meus.
E tu arrancara
os meus olhos
e os colocara no lugar dos teus.
Então, eu te olharei com teus olhos
e tu me olharas com os meus.
Fernando Pessoa


O poema acima é muito sagaz e pertinente para os dias de hoje, pois vivemos num mundo carregado de individualismo, julgamentos e preconceitos, no qual o que impera é o egocentrismo, e consequentemente, a falta de amor. Essas questões têm constituído o mundo do homem, tanto externo quanto interno, carente de sentimentos e de compaixão. Ultimamente e infelizmente, há poucas pessoas que são sensíveis ao ponto de se preocupar com o outro, em como que ele está, o que aconteceu, os motivos de sua ausência, de sua dor, fragilidade, e tantas outras coisas. Com efeito, se está mais preocupado em indagá-lo o porquê de suas atitudes, pensamentos, reações, sem que ao menos esteja interessado naquilo que este outro está vivendo ou sentindo, de forma que se predominem as cobranças e os julgamentos. Nisso tudo, a onde fica o Amor?

Fernando Pessoa nos faz refletir, dentre tantos outros aspectos, que devemos nos esvaziar daquilo que somos para que possamos olhar o outro desprovido dos nossos conceitos, julgamentos, preconceitos, vivências... Isto é, devemos olhar o outro a partir dos olhos dele, e não do meu olhar, dos meus julgamentos, críticas, perspectivas, conceitos, etc., mas sim, daquilo que ele concebe, vive, sente, admira, pensa.

É justamente isso: se colocar no lugar do outro, de modo que estejamos amando aquilo que ele é, aceitando, acolhendo-o como um indivíduo pleno em suas capacidades, conforme suas limitações. Assim que se constrói o respeito, que se demonstra o amor em sua plenitude, na sua complexidade, bem como na sua simplicidade, pois para amar não é preciso seguir regras, leis, idolatrias. Para amar é preciso atitude transformadora, a fim de ser aquilo que não é, para pelo menos tentar compreender o outro na sua totalidade e de acordo com a sua história de vida.


Busque exercitar o Amor sensível que há em você!


Ame e deixe ser amado!

por L.F.Preta

Um comentário:

  1. caraaa
    cheguei nesse blog por acaso, e achei demais!
    espero continuar lendo sempre mais textos, tô curtindo isso...
    abraçooo,
    José.

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